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3004 3400Petrobras confirma reajuste do gás natural para maio. Abegas se pronuncia
Em função do reajuste de 39% no custo da molécula e do transporte de gás natural confirmado pela Petrobras, a Compagas (Companhia Paranaense de Gás) informa que enviou na última semana à AGEPAR as informações pertinentes ao tema com indicação de solução alternativa para repasse parcial do custo, a partir do mês de maio, aos seus consumidores finais, conforme o mecanismo da Conta Gráfica implantado pela Agência em fevereiro deste ano.
A Companhia esclarece ainda que os aumentos do custo do gás não trazem benefícios para a distribuidora e que, pelo contrário, acaba tirando a competitividade do gás natural em relação aos outros combustíveis. A Compagas, assim como qualquer outra distribuidora estadual, não comercializa o gás natural e é remunerada pela prestação do serviço de distribuição. Os aumentos dados pela Petrobras são repassados ao consumidor sem que exista qualquer ganho por parte da concessionária.
Confira a nota da Abegás na íntegra:
A Abegás confirma que a Petrobras irá reajustar o custo da molécula e transporte do gás natural, em 39%, a partir de 1º de maio.
A Abegás manteve interlocução com o Ministério de Minas e Energia (MME) para encaminhar diversas propostas – não só as de curto prazo, para atenuar o repasse do custo aos consumidores finais –, mas outras iniciativas que contribuam para aumentar a competitividade e desenvolver o mercado de gás.
Entre essas propostas se destacam:
Curto prazo
– Diferimento/parcelamento do aumento para as distribuidoras – A proposta consistia em efetivar um diferimento/parcelamento do reajuste, de modo a mitigar o peso do repasse para os consumidores finais. A solução proposta, entretanto, esbarrou na falta de convergência entre Petrobras e Transportadores em relação ao diferimento.
– Amortização dos repasses – Criação de uma “conta corrente” para amortizar os reajustes.
Médio e longo prazo
– ‘Gas Release’ – Acelerar a implementação do mecanismo de gas release, previsto no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) entre Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) e Petrobras. Esse mecanismo estabelece que todos os produtores sejam obrigados a disponibilizar sua produção para o mercado, possibilitando que os consumidores livres, comercializadores e Distribuidoras Estaduais tenham outras fontes de aquisição. O gas release permite ampliar o número de ofertantes e reduzir a presença da Petrobras na comercialização, dando uma nova dinâmica para as transações comerciais de aquisição do gás natural e propiciando a flexibilização da precificação.
– Leilão – Implementar um leilão de oferta de gás natural para entrega em cinco anos, aberto para consumidores livres, comercializadores e Distribuidoras Estaduais. Essa proposta poderá dar um sinal econômico mais expressivo e previsibilidade aos elos de upstream e midstream para os investimentos em rotas de escoamento, Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs), ampliação dos gasodutos de transporte existentes e construção de novos.
Apesar dos esforços envidados pelo setor de distribuição, visando atenuar o repasse do reajuste para o consumidor final, como informado anteriormente, não houve convergência entre a Petrobras e os Transportadores.
Desse modo, a Abegás aproveita para esclarecer:
- a) As Distribuidoras Estaduais não comercializam gás natural e os aumentos dados pela Petrobras serão repassados para o consumidor sem que as Distribuidoras tenham qualquer ganho decorrente desse aumento.
- b) Os ganhos das Distribuidoras são regulados e definidos pelas agências reguladoras estaduais através da fixação de margens de distribuição, ou seja, não há qualquer ganho sobre o custo do gás que é repassado ao mercado pelo custo de aquisição.
- c) Os aumentos no preço do gás natural não trazem benefícios para as Distribuidoras. Ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação aos outros combustíveis como a gasolina, óleo combustível, GLP (gás de botijão) e também a eletricidade.
- d) No valor da tarifa final paga pelo consumidor, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o peso maior é o da molécula do gás vendida pela Petrobras e a parte do Transportador de gás natural, que, somados, equivalem, em média, a 58% do total pago pelo consumidor na conta de gás canalizado.
- e) Os tributos federais e estaduais representam 24% do total pago pelo consumidor final.
- f) As Distribuidoras de gás canalizado ficam com 18% e com esse percentual realizam a manutenção dos ativos, os investimentos em expansão de rede e se remuneram pela prestação dos serviços de distribuição de gás natural canalizado.
A Abegás se solidariza com os consumidores finais frente ao aumento que lhes será imposto, especialmente considerando-se o momento atual de pandemia, em que diversas atividades empresariais e comerciais enfrentam, em seus resultados financeiros, os efeitos das restrições impostas pelas medidas de segurança sanitária.
Adicionalmente, reitera que o reajuste aplicado pela Petrobras trará forte impacto para a competitividade do gás natural frente a outros energéticos.
Por isso, compromete-se, juntamente a seus associados, a continuar buscando soluções que promovam mais competitividade para o gás natural no Brasil, em benefício de todos os consumidores.
Abegás | Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado