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Regulação e custos competitivos do gás natural são essenciais para avanço da cogeração no Brasil



Diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr., participou de fórum sobre oportunidades para cogeração durante evento digital Energy Solutions Show 2020

Nesta terça-feira (27), o diretor-presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), Rafael Lamastra Jr., debateu o tema do mercado livre de gás natural e oportunidades para a cogeração no Brasil durante fórum promovido pelo Energy Solutions Show 2020, evento digital do setor de Energia no país. Cogeração, basicamente, é a produção simultânea de duas formas de energia (térmica e elétrica) a partir de uma única fonte combustível. Dentro do contexto de Geração Distribuída (GD), a cogeração se destaca como alternativa para a produção descentralizada de energia elétrica, justamente por possibilitar a redução de custos, o menor impacto ambiental, ganhos de eficiência, confiabilidade, dentre outros benefícios. E o gás natural se apresenta como uma das fontes mais vantajosas, em função da alta confiabilidade e eficiência energética no sistema de cogeração – que pode chegar a 90%, ou seja, garante o uso racional e eficiente dos recursos.

 

 

No entanto, para Rafael Lamastra Jr., que também é presidente do Conselho de Administração da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), para um futuro viável da cogeração no Brasil, é essencial haver avanço na regulação e perspectivas de custos competitivos do gás natural. “A cogeração é um negócio espetacular. Mas para avançar, ela passa primordialmente por essas duas questões e desafios. No caso do Paraná, nós temos gás disponível, mas o custo para qualquer iniciativa de cogeração fica impraticável. Porque aqui nós temos energia elétrica abundante e confiável, fornecida pela Copel. No Estado, os projetos de cogeração só irão prosperar se houver competitividade no preço”, observa o diretor-presidente da Compagas, lembrando que o Projeto da Nova Lei do Gás, que tramita no Senado, não apresenta um cenário que possa resolver problemas como estes.  “A sanção da lei não garantirá soluções para essas questões”.

De acordo com Lamastra o marco regulatório da forma que está não assegura ainda a expansão da rede de gasodutos, que só viria através de amplo consumo garantido pelas térmicas que, por sua vez, fariam o uso para a geração de energia. “Cerca de 40% do PIB do Paraná é decorrente da agroindústria, que está toda localizada no interior do Estado, onde nós não temos gasodutos”, pontua. “Nós teremos o mercado livre a partir de 2021. Mas os clientes que estão enquadrados na lei e que poderiam optar por este mercado já sinalizaram, por hora, a permanência com a distribuidora, porque ainda não há uma regulamentação que dê segurança para contratação e operação destes consumidores no sistema”, afirma.

Também participaram do fórum sobre Mercado Live de Gás natural – Oportunidades para Cogeração José Renato Bruzadin, diretor de Desenvolvimento Industrial e Serviços Energéticos da Veolia Portugal; Pedro Silva, diretor da Nova Energia e Nelson Oliveira, Sócio – Chairman na Mais Energia. A discussão contou com a mediação de Lucas Tadeo Monteiro, Gerente de Vendas Gás do Grupo Sotreq.

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