Confira a nota da Abegás na íntegra: A Abegás confirma que a Petrobras irá reajustar o custo da molécula e transporte do gás natural, em 39%, a partir de 1º de maio. A Abegás manteve interlocução com o Ministério de Minas e Energia (MME) para encaminhar diversas propostas – não só as de curto prazo, para atenuar o repasse do custo aos consumidores finais –, mas outras iniciativas que contribuam para aumentar a competitividade e desenvolver o mercado de gás. Entre essas propostas se destacam: Curto prazo - Diferimento/parcelamento do aumento para as distribuidoras – A proposta consistia em efetivar um diferimento/parcelamento do reajuste, de modo a mitigar o peso do repasse para os consumidores finais. A solução proposta, entretanto, esbarrou na falta de convergência entre Petrobras e Transportadores em relação ao diferimento. - Amortização dos repasses – Criação de uma “conta corrente” para amortizar os reajustes. Médio e longo prazo - ‘Gas Release’ – Acelerar a implementação do mecanismo de gas release, previsto no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) entre Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) e Petrobras. Esse mecanismo estabelece que todos os produtores sejam obrigados a disponibilizar sua produção para o mercado, possibilitando que os consumidores livres, comercializadores e Distribuidoras Estaduais tenham outras fontes de aquisição. O gas release permite ampliar o número de ofertantes e reduzir a presença da Petrobras na comercialização, dando uma nova dinâmica para as transações comerciais de aquisição do gás natural e propiciando a flexibilização da precificação. - Leilão – Implementar um leilão de oferta de gás natural para entrega em cinco anos, aberto para consumidores livres, comercializadores e Distribuidoras Estaduais. Essa proposta poderá dar um sinal econômico mais expressivo e previsibilidade aos elos de upstream e midstream para os investimentos em rotas de escoamento, Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs), ampliação dos gasodutos de transporte existentes e construção de novos. Apesar dos esforços envidados pelo setor de distribuição, visando atenuar o repasse do reajuste para o consumidor final, como informado anteriormente, não houve convergência entre a Petrobras e os Transportadores. Desse modo, a Abegás aproveita para esclarecer:
- a) As Distribuidoras Estaduais não comercializam gás natural e os aumentos dados pela Petrobras serão repassados para o consumidor sem que as Distribuidoras tenham qualquer ganho decorrente desse aumento.
- b) Os ganhos das Distribuidoras são regulados e definidos pelas agências reguladoras estaduais através da fixação de margens de distribuição, ou seja, não há qualquer ganho sobre o custo do gás que é repassado ao mercado pelo custo de aquisição.
- c) Os aumentos no preço do gás natural não trazem benefícios para as Distribuidoras. Ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação aos outros combustíveis como a gasolina, óleo combustível, GLP (gás de botijão) e também a eletricidade.
- d) No valor da tarifa final paga pelo consumidor, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o peso maior é o da molécula do gás vendida pela Petrobras e a parte do Transportador de gás natural, que, somados, equivalem, em média, a 58% do total pago pelo consumidor na conta de gás canalizado.
- e) Os tributos federais e estaduais representam 24% do total pago pelo consumidor final.
- f) As Distribuidoras de gás canalizado ficam com 18% e com esse percentual realizam a manutenção dos ativos, os investimentos em expansão de rede e se remuneram pela prestação dos serviços de distribuição de gás natural canalizado.
Abegás | Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado